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Xilogravura

De origem chinesa, a xilogravura é uma técnica de entalhe na madeira, e é usada para diferentes tipos de ilustração. Xilogravura significa gravura em madeira. O artesão entalha a madeira e o relevo exposto é pintado para que com a ajuda de uma prensa, ele possa reproduzir as ilustrações desejadas. Essa técnica secular requer do artesão cautela, habilidade e paciência, pois na fase final da xilogravura, quando a tinta sobreposta ao entalhe da forma a ilustração, é preciso destreza para pode manusear, já que a ilustração sai ao contrário do que foi talhado.

 

Existindo dois tipos de xilogravura: a xilogravura de fio e a xilografia de topo que se distinguem através da forma como se corta a árvore. Na xilogravura de fio (também conhecida como madeira à veia ou madeira deitada) a árvore é cortada no sentido do crescimento, longitudinal; na xilografia de topo (ou madeira em pé) a árvore é cortada no sentido transversal ao tronco.


 

Já no Brasil a xilogravura chegou através da colonização portuguesa, a qual foi sendo usada principalmente em propagandas de cachaça, mais teve seu reconhecimento na produção de ilustrações para os cordeis nordestinos havendo uma grande variedade de temas, que refletem a vivência popular, desde problemas atuais, além de contos e lendas medievais, fazendo que este tipo de publicação populariza-se no período da inserção da indústria gráfica no sertão, isso por volta da décadas de 60 e 70, pois fotografia não conseguia penetrar no imaginário sertanejo e isso fez a xilogravura reinventar-se, transformando-se na técnica que melhor retratava o fantástico narradas nos cordéis.

 

A divulgação do seu trabalho como gravurista iniciou-se em 1972, quando os pintores cariocas, Ivan Marquetti e José Maria de Souza, em visita a Bezerros, encomendaram gravuras em tamanhos maiores do que os usados normalmente no cordel. Pelas mãos desses pintores, essas gravuras chegaram ao escritor Ariano Suassuna e, com o seu incentivo, Borges passou a ser conhecido como o “melhor gravador do Nordeste”. Em pouco tempo, os seus trabalhos já participavam de exposições na França, Alemanha, Suíça, Itália, Venezuela e Cuba.

 

Os temas mais solicitados em seu repertório são: o cotidiano do pobre, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, enfim todo o universo cultural do povo nordestino. Para o artista, dentre todas as xilogravuras que já fez, a sua preferida é "A chegada da prostituta no céu”, feita em 1976. Desde então, começou a fazer matrizes por encomenda e também para ilustrar os mais de 200 cordéis que lançou ao longo da vida. Hoje essas xilogravuras são impressas em grande quantidade.

J. BORGES XILOGRAVURISTA, CORDELISTA E PATRIMONIO VIVO DE PERNAMBUCO

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