

Cordel
José Francisco Borges, J.Borges, como é conhecido mundialmente, é um dos mestres da literatura de cordel, um dos artistas folclóricos mais celebrados da América Latina e o xilogravurista brasileiro mais reconhecido do mundo.
J. Borges ilustrou capas de cordéis, livros, discos, e já expôs na Venezuela, Alemanha, Suíça, México e Estados Unidos, onde foi tema de uma reportagem no The New York Times, que o apontou como um gênio da arte popular.
J. Borges começou vendendo folhetos de cordel. Na infância, não possuía meios de comunicação e se divertia com os cordéis. Começou a frequentar a escola pra aprender a ler e poder escrever cordéis.




Publicou o seu primeiro cordel em 1964, "O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina", com ilustrações de Dila. Vendeu cinco mil exemplares em sessenta dias. "Comecei escrevendo cordel, e precisei ilustrar o cordel. Peguei um pedaço de madeira, plainei, ai eu fiz. Levei na gráfica pra fazer uma prova, e vendi bem. Aí parti para fazer o segundo. Quando eu já estava com três ou quatro publicados, outros cordelistas pediram desenhos pra mim. Passei cinco ou seis anos só fazendo isso, pra mim comer. Aí depois surgiu esse pessoal de fora pedindo pra fazer maior. (...) Hoje escrevo muito humor, a vida anda um pouco sacrificada né, o povo ouve tanta cena de miséria por aí, então o cordel entrou no humor e está vendendo muito." J.BORGES
Sobre o futuro do cordel o artista diz que "só não se vende mais, porque acabaram os cordelistas de feira, antigamente, eram muitos os criados sem escola, sem nada, que partiam para criar cordel, sem pedir nada pra ninguém. Hoje não trabalham, a mentalidade é outra, não se dedicam a nada, e vão pedir, se acostumam e ficam marginalizados. A maioria começa pedindo, e depois se intoxica. Entra nisso, e no meu tempo não, no meu tempo ia escrever, estudar, desenhar."